RSS

Pages

Destemperança


Como o ipêzinho solitário,
que florido permanece em meio ao tempo insólito,
assim é o meu coração que sem grandes razões vive a esmo
entre a dor e a loucura.
Há em mim o desejo pérfido de um corpo,
me consome o fogo desse destempero.
Desejo que além de imundo galopa como um cavalo
pela raiz do meu consciente, me leva ao círculo vicioso
de onde não se pode escapar a menos que se açoite o cavalo abismo a dentro.
Há em mim a insanidade obscura a qual a razão não alcança
e entre as masmorras do inconsciente habita.
Há uma feliz saudade sentida, medida pela brevidade do abraço e dos beijos. Voracidade intermitente que até me deixa doente,
da dor que não cicatriza.
O ipêzinho vive em salutar primavera,
talvez dentro de si perdure a certeza de outras muitas estações.
Tal como ele sobrevivo solitária a estiagens e outras épocas adversas,
carregando o peso da permanência.
A primavera passa, e embora o sol resseque o meu caule
eu não posso deixar o vento levar minhas flores.

Foto: Ipê florido por Nara C.

2 comentários:

Luis Fernando disse...

A vida e como estação a momentos de várias forma,dias alegri,dias triste,dias de choro,o futuro uma incognita infinita,mais uma certeza e verdadeira todo mundo um dia que ser feliz nem que seja por apenas um momento

Luis Fernando disse...

A momentos na vida onde a solidão se torna a melhor companhia por vários motivo.O medo de confia em alguém uma traição,as vezes o ser humano deixa de ser uma pessoa natural e por alguns momentos se transforma em um ser sombrio por falta de sentimentos

Postar um comentário