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Metamorfose

Hoje o dia propiciou o contato com uma intensa vontade de viver. A chuva a borbulhar os canais da rua estreita e pequenina do meu coração, denotavam um endorfinamento em minhas vísceras. Sinto-me metamorfose de mim mesma.
Volto a olhar a foto, como um presente que embrulho e desembrulho ao meu intento. Páginas de um livro que desejo ler.

Nara C.
25.01.12

Sobre abastração e seus derivados

O primeiro pensamento do dia foi esquecer, depois um passeio pelo centro para tentar lembrar o que.
Flores amarelas pela calçada.
paro no sinal e compro o jornal do dia, hábito incomum que adquiri aos 26, o que não faz muito tempo; uma semana eu diria.
Folheio desatenta o noticiário que em nada me afeta, exceto pelo horóscopo diário que nunca diz o que espero. Dinheiro pouco, amor em breve, saúde frágil. Quem inventou a astrologia devia ser um filha da puta rico que vivia do pessimismo alheio.
Urgencio-me em ultrapassar o sinal amarelo, ouço qualquer música para abstrair-me do tempo. São quase 4horas e eu desejava um dia mais prolongado.
Resta pouco, sempre resta pouco para o meu intento. Desço a orla, para mais um deleite solitário. Fuga incerta. Logo vejo rostos conhecidos, esquivo-me de reconhecimentos e continuo a procurar um abrigo insólito. Na busca volto pra casa e o primeiro pensamento torna-se o ultimo, alinhar os desalinhos que provocam minha mente insone. O dia se prolonga em imagens, materializando-se nas flores amarelas das calçadas que nunca saberei se existiram.

Nara C.
18/1/12