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Invólucro

Do que tenho medo?
Em parte penso que não sei. Mas acho que temo o excesso, o exagero, o absoluto que em toda sua proporção sempre pode prejudicar.
Tenho medo da dor. A que neutraliza, fere, mata. 
Temo o abandono, este seguido da dor.
Temo a escuridão sem companhia, porque esta assusta se se está só. 
Temo a insanidade, o dúbio e o nada, por que estes andam muito lado a lado e em todo caso desola a alma, causando a perda dos sentidos e o vazio completo.
Temo o descaminho, pois a estrada sempre me foi chave segura de prisões interiores e o caminhar, a razão certa nas decisões incertas.
Temo as perdas, estas que não se reparam, que não se consertam e nem se costuram, temo antes de tudo não adaptar-me a elas.
Temo o desconsolo, a tristeza mesmo no seu grau mais leve, pois esta vem a despertar minh´alma de seu sonnho perene de alegria.
Temo a mágoa, esta que se vira dos dois lados e tanto pode fazer-me quanto causar a vítima.
Temo o destempero que pode causar o pavor e virar reles cinza de um tocha incendiada de sandice.
Temo a decepção, a agonia que estampa os outdoors do ser e que não se desprega tão facilmente.
Temo a ilusão, pois ela apenas me acena de longe e eu não sei ao certo o que vai me propor, por isso mantenho-me de longe, temerosa de que depois de iludir-me venha a adquirir outras certas fobias.

Nara C.
Ipês, 27/2/11

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