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Diário de um ipê

Os dias aqui parecem menores, como se uma hora somasse um terço do tempo normal, próprio de 60 minutos.
Sinto isso desde o primeiro dia, quando as percepções ainda eram opacas e o espelho era reflexo do medo e despreparo.
Tenho medo dessa rapidez com que as horas passam, quero aproveitar de tudo e lamento que isso não me baste. Tenho pressentido a descompensa dos anos, sinto que vou envelhecer mais cedo e a idéia de olhar o registro fica cada dia menos atraente.
Não que isso tenha já em si, se tornado um fardo, mas o romper das horas em que sozinha me abasteço do mundo, das cores e do tempo, subtrai-se em mim a alegria dos que vão vivendo um minuto por vez, consumidos pelo êxtase e agonia de lhe estarem roubando a todo o tempo um bem precioso que jamais será compensado ou substituído.

Nara C.

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