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Origem

O repenique do triângulo avisa que a festa vai começar!
no esvoaçar das saias um presságio de que a noite vai ser longa. Chego mais cedo, não perco nenhum detalhe.
No canto um fogão de lenha e uma moringa já meio velha enfeita a sala abarrotada de simplicidade...
Aqueles quadros, aquelas saias... quanto paradoxo numa só cena.
Sento perto de um negro velho, que cansado acende um cigarro e balbucia qualquer coisa, aceno com a cabeça pra não encompridar estória. Ele quer prosear, está ali há muito tempo, desde a mocidade, diz.
Saio pro pátio.
O fogaréu esquenta os tamborins e promete animar ainda mais a noite. Chego pra perto e sinto a quentura espalhar pela minha face, sinto cheiro de carvão e penso em alguém, é por ele que estou ali.
A procura em vão somente me faz ter esperança de um passado perdido, sento no meio deles, deixo-me guiar pelo uivar da cantoria e fortalecida reconheço minha essência: é dali que venho e é pra onde vou.

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